sábado, 29 de novembro de 2008

Queen + Paul Rodgers. Deu certo, sim.


Vinte e três anos depois da memorável apresentação no Rock in Rio de 1985, o Queen, repaginado, retornou ao Brasil para três performances entre São Paulo e Rio de Janeiro, com a turnê mundial 'The Cosmos Rocks'. Liderada por Brian May, um dos guitarristas mais aclamados da história do rock, a banda britânica demonstou que ainda faz pulsar seu verdadeiro rock, aquele que fez o mundo inteiro cantar e os aclamar. Os únicos integrantes originais da banda, May e o baterista Roger Taylor, mostraram que o Queen 'vive', não só pela música, mas também pelo respeito e cordialidade, vista às claras, entre a resistente dupla e as novas figuras.A atual voz do Queen é Paul Rodgers, ídolo e referência de Freddie Mercury nos anos 70, quando o cantor fazia parte de bandas lendárias como Free e Bad Company. E o que é inacreditável, é o mais velho de todos. Paul tem 58 anos, é conservado e mostra bem seu corpo malhado, marcado com suas camisetas tipo 'baby look'.Entre ondas de êxtase e monotonia, o setlist variou entre músicas do Free e as novas e velhas o Queen. O entusiasmo se inicia. Paul encara com muita honestidade e personalidade, sem imitações, sem aspirações, os clássicos do Queen eternizados por Freddie. Tarefa difícil, mas certamente era quem o próprio Freddie gostaria que estivesse ali no seu posto, iniciando mais uma noite vibrante com 'Another One Bites the Dust', 'I Want It All', 'I Want to Break Free'. Os ânimos dos fãs novos se acalmaram com “C-lebrity” e “Surf’s Up ... School’s Out”, ambas tiradas do álbum de inéditas “The Cosmos Rocks'.Mas o ápice chega mesmo é com a homenagem-que-não-poderia-deixar-de-vir à Freddie Mercury. É claro, com os acordes e a voz de Brian May em 'Love of My Life', na passarela que desprendia do palco e chegava até o meio da área VIP. May joga um português bem treinado, sem forçação, e pergunta à platéia: 'Vocês querem cantar para o Freddie'? Delírio. O guitarrista não esconde a emoção. Olho para o lado, a turma de amigos que me acompanha no show também não.Uma continuação de homenagens à Freddie Mercury, obviamente, viria com “Bohemian Rhapsody”, num dueto entre o Paul Rodgers real e Freddie Mercury imaginário, que atrái todas as atenções ao telão de LCD do cenário. O real e o imaginário intercalam estrofes num clímax sem igual. Rodgers é correto. Realiza discretamente a presença da figura de Mercury no imaginário de seu público. Mas também mostra-se autêntico, fiel ao seu próprio talento. Confesso que uma experiência musical nunca antes presenciada.Para o Bis, o Via Funchal inteiro pede: 'We Will Rock You', 'We Will Rock You'. O retorno chega com “All Right Now”, do Free, e os clássicos: “We Will Rock You” e “We Are The Champions”.Aos meus amigos que me acompanharam no show, que não são fãs de área VIP, de camiseta preta e tal, mas ainda fãs de respeito, que curtiram sem esconder emoções, a eles lhes disse uma coisa: depois daquele espetáculo, temos que agradecer o Queen por continuar trabalhando!

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